quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Coincidência(?)

A procura de algo para fazer enquanto o computador carrega uma página da internet, abro numa página qualquer o livro "The Supernaturalist".

Era a primeira página do capítulo sete: "Halo". Começava falando onde eles estavam: "Abracadabra Street". Aí eu: "Aham... Lol".

E depois, lendo algumas coisas do capítulo: "eu realmente tenho que ler isso um dia..."

(Aleatório, beijos)

Proparoxítona

Ninguém olhava. Ninguém via.

As duas estavam livres na madrugada.

Andavam de mãos dadas como nunca faziam. Beijavam-se embaixo da árvore. Deslizavam os dedos pelos cabelos uma da outra.

Ana estendia seu olhar tímido em direção à outra, que usava seu toque sólido no rosto pálida da primeira. O vento soprava, cândido, em seu cabelo róseo e curto.

Ela sorria, seus lábios tentadoramente brilhantes.

O movimento foi rápido. Os cabelos voaram chicoteando o rosto de Sofia enquanto ela levantava-se de um salto, puxando Ana.

Colocou firmemente a mão dela em seu ombro, e a sua na cintura dela. Modulou a voz, como fazia sempre, e entoou uma música tranquila.

Conduziu a dança. Rodopiou, aspirando a madrugada.

Seu canto era sônico.

A dança era trôpega.

Na boca, música (e beijo).

No coração, o ritmo (e o desejo).

(E) o amor.

Romântico.

(Texto para o desafio dos 3Ts, explorando o tema "Valsa na madrugada".)

Mafalda

Resumo: Dois lados da mesma Mafalda.


Ela era fashion. Usava óculos escuros enormes que combinavam com o formato arredondado de seu rosto. Calçava sapatos vermelhos e brilhantes, com fivelas e bico arredondado. Um pequeno salto. Não lanchara na faculdade nenhuma vez durante aquele mês, economizando o dinheiro que sua mãe lhe dava todo dia.

Conseguira a sandália e, apesar de passar fome, sua forma se manteve a mesma: gorda.

Assim como os óculos, suas roupas combinavam com o formato — dessa vez o do seu corpo. Em vez de um preto ou uma blusa de listras verticais, ela usava cores que realçavam suas outras belezas.

Usava calças com o cós na altura do umbigo. Era a moda. Prendia-as com um cinto. Às vezes largo e de tons pastéis, às vezes fino, verde limão.

Depilava as coxas que eram seu orgulho. Exibia a perna muito branca com shorts bufantes e vestidos curtos com elástico na bainha.

Seu cabelo era liso, castanho claro-claro com mechas douradas. Às vezes prendia a franja no topo da cabeça, em outras a deixava na testa, escovada, estilo Lily Allen.

Era jornalista, de nome Mafalda Albuquerque. Assinatura longa e bem-desenhada. Percorria os textos enviados pelos leitores com seus hábeis e treinados olhos verdes, escolhendo as opiniões que deviam entrar na edição da revista.

Ela não escrevia nada, porém. Era coisa que poucos sabiam. Ao chegar a casa ela, ao contrário do que muitos imaginavam, não apanhava sua máquina-de-escrever de estimação, punha-a no colo e começava a digitar ruidosamente uma nova matéria.

Não. Mafalda não acreditava em suas habilidades literárias, e essa era outra dessas informações que poucos tinham.

Mafalda se despia (de todo o jornalismo e fashionismo, inclusive) quando chegava a sua casa, e então vestia um vestido apertado de mais que mostrava as dobras de seu abdome.

Ela ligava a televisão na Globo para assistir a novela da seis e chorava com algumas cenas. Ela lembrava de suas próprias paixões perdidas, de seus amores não correspondidos. Ela não estava acima disso. O jeito que ele amava não era nem um pouco fashion.

Não, não, em casa ela não tinha nenhum estilo.

No silêncio da noite, ainda com as lágrimas a embaçar-lhe os olhos, Mafalda Albuquerque procurava distração ao remexer nas suas coisas.

-

23h37min. Ela encontra uma caixa de música de cuja existência ela não sabia.

Ela dá corda e abre.

Ah, as contradições da vida e das pessoas. Ninguém iria imaginar que aquela jornalista que usava Gucci, calçava All Star, lia Meg Cabot, vestia Dolce & Gabbana e falava sobre a crise mundial seria capaz de sorrir com o som e de gostar de uma coisa empoeirada e antiga como aquela caixinha-de-música.


(Texto feito para o desafio dos 3Ts, explorando bem de leve o tema "Caixinha-de-música".)

Aaaaargh.

Precisava vomitar todas essas coisas em algum canto, e eu finalmente ressucitei isso para que eu pudesse fazê-lo.

Grrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr.
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah. aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah. iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiirgh.
*bate cabeça no teclado* nbb bhnfrvtgtfrgfgtvtfgrvrtfgfrg hlbvksbdvvsb,

Eu devia estar...

...estudando física, fazendo um horário de estudos para a quarta etapa que vai começar, conversando no msn, digitando alguns textos meus que eu me dispus a digitar, lendo o meu ex-paradidático, lendo os livros que eu peguei emprestado de pessoas, lendo os livros que eu peguei na biblioteca, lendo os livros que eu ganhei de aniversário, preocupando-me com o destino do teatro de inglês, preocupado com as finanças de minha mãe, ligando mais vezes para o meu pai, decidindo para que festa eu irei no final de semana, escrevendo qualquer coisa, escrevendo as fics que eu devia escrever e continuar as que eu devia continuar, planejando uma nova fic de fichas, lendo a revista Literatura, estudando mais física, preocupando-me com meu futuro — pessoal e profissional —, preocupando-me com se o Enem vai me prejudicar, preocupando-me com matemática, com como vai ser se a Morgana for para Brasília, se o Nicolas for para o Rio de Janeiro, se a Stefany for para Campinas, com para onde eu vou... mas não. Não estou fazendo nada disso.

Dá vontade de dizer porra, vão tudo se fuder, e arranjar uma forma qualquer de me matar. E muitos colegas meus concordam plenamente comigo.

Porém isso seria uma puta covardia, a única, atualmente, que eu não seria capaz de cometer.

(O que me sustenta é saber que algumas pessoas me amam e o amor que eu sinto por elas e por alguns outros. É só o amor... É só o amor, gente.)
 

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