quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Você acredita em Deus?

Sim. Vamos ver se a minha preguiça de responder essas perguntas automatizadas me deixa falar alguma coisa útil.

Hmm.. Assim, eu amo Deus, sabe? Como eu o imagino. Acho que isso acontece com muita gente. Eu acho que ele é o tipo de cara que acha bom quando você consegue superar algo seu pra não machucar o outro. E também acha bom quando você, ao mesmo tempo, consegue conciliar isso com a procura pelo seu espaço no mundo.

Esquece aquelas duas coisas. O biscoitinho deveria dizer "o seu direito termina onde começa o do outro", frase tão desacreditada, mas tão, tão verdadeira. Acho que Deus pensa assim, sabe. Ele quer todo mundo se ame e ame os outros, e eu acho que com esse amor todo é quase impossível você ainda querer machucar alguém de propósito.

Às vezes eu esqueço de conversar com ele e, sei lá, quando eu me lembro disso eu me sinto meio culpado. Mas eu te amo, viu, Deus. E eu espero que você seja mesmo mais ou menos como eu imagino, porque se não eu tô meio ferrado =/


(From Formspring)
domingo, 24 de outubro de 2010

Harry Potter e a renovação.

Descobri que Harry Potter, além de livro favorito, companheiro de infância e fazedor de amigos é também remédio.

Você sabe que o tédio está num nível grave quando:

  1. A única coisa que você tem vontade de fazer é assistir a televisão. Num domingo. E você não tem TV a cabo.
  2. Você está com preguiça de dormir.
  3. Você está com preguiça de falar.
  4. Você não está com vontade de ir ao computador.
  5. Você não quer ler Paradise Kiss.
  6. Você não está com vontade de ir ao computador.
  7. Você não está com vontade de ir ao computador.
E eu estava assim hoje. E eu olhei para o meu lado esquerdo, onde ficam os meus livros, e o vi. Harry Potter e o cálice de fogo.

E eu peguei. E comecei a ler.

E virei um novo homem.


quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Do movimento contra a dominação dos números exatos - ou - Centésimo Primeiro Post - ou - A história de um garoto - ou - Dedos Gordos E Rosados

Era a história de um garoto que se sentia muito profundo. Era a história de um garoto que se sentia muito bom, muito bem, muito feliz, a família vai bem também, obrigado. Era a história de dezesseis anos, cinco meses e nove dias. Era história de seus cabelos castanhos que queriam ser pretos e de seus olhos sob sobrancelhas fartas, observando, absorvendo.

É a história de um menino que passou a vida ouvindo que era inteligente. A história de um menino que percebeu que, porra, todo mundo é inteligente. Que todo mundo pode, que todo mundo deve. A história dele que aprendeu que é só querer, dele que não sabe se quer e não sabe direito querer.

A história do garoto que não queria ser outro. Não queria estar em outro lugar. Não queria outros pais, outros amigos, outros problemas. Não queria que nem um fio de cabelo mudasse, por medo de que tudo desmoronasse. Como num filme de viagem no tempo. Numa amarga tragédia em que a pintinha de uma amiga sua fosse do lado direito ou em que os lábios de outra fossem finos e que seu sorriso fosse triste.

A história perfeita, cheia de defeitos, da qual ele não tiraria ninguém.

Essa é a história de um garoto que se ama, a mais perfeita das sentenças egoístas, o ápice. Mas é, ele se ama. E por se amar, ele ama Deus, ele ama o mundo. Um garoto que queria viajar, queria sair por aí, mas não gosta de aventura. Um garoto que até hoje só toca o mundo com as pontas dos dedos no teclado.

Um garoto que tem um nome comum. Um nome repetido. Um garoto que além de Lucas é Cordeiro e é Morgana, e é Stefany, e é Nicolas, e é José, e é Átila, e é Vanessa, e é Maria, e é João. Um Lucas que, mesmo sem falar, quer dominar o mundo inteiro.

Essa aqui é a história de um garoto, escrita por seus dedos gordos e rosados.

Cansei de pensar, preciso escrever

 

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