quarta-feira, 26 de setembro de 2012

ode a todo dia

Tap tap tap
Num impulso egoísta, no ritmo da música
os dedos movem-se com a melodia
a boca sussurra palavras incompreensíveis
sobrancelhas movem-se com emoção
longas notas potentes
notas não ouvidas

Tap tap tap
Ninguém se importa com a sua
vida ou o que quer esteja saindo do seu fone
a viagem é longa
e os passageiros
os passageiros são todos diferentes
todos com fones diferentes
e batidas diferentes
e celulares importados comprados
em doze parcelas
de dezenove e noventa e nove
no cartão
da c&a

Tap tap tap
As pessoas vibram com a poesia do movimento
sem precisar de fone algum
frente, trás, desespero
penduradas perdidas levadas
na música

o agudo na parada
abriu a porta
ritmo de pés
pés
o ronco, o ritmo das marchas
primeira
segunda
terceira
quarta-feira
a dança em volta das cadeiras, a disputa
e a culpa e os velhinhos e grávidas
e as cabeça viradas em direção a janela fitando o nada

Tap tap
cabeças viradas em direção a janela fitando o nada
pessoas pessoas que não sabem pra onde onde vão
mas mesmo assim sabem exatamente onde descer
pessoas que acham que pensam
pensam que acham que pensam
que fazem que não merecem que usam
que compram que são
mas no ônibus

não vão a lugar algum.
domingo, 20 de maio de 2012

right through the very heart of it

Por que é um sonho?

Qual o motivo de construir essa imagem mental, pedacinho por pedacinho, filme por filme, livro por livro, série por série? Que proveito eu tiro disso?

Nova York me atrai como se realmente fosse o centro do mundo, como se tudo girasse em torno dela e eu fosse inexplicavelmente puxado mais pra perto. Existem muitos parques mais bonitos que o Central Park, e muitos monumentos melhores que o Empire State Building. Devem existir muitas peças teatrais mais inspiradoras que as da Broadway, e cafés-da-manhã muito mais agradáveis que os tomados na Tiffany's.

E ainda assim essa lista boba de coisas a se fazer quando se vai para Nova York se estende infinitamente... O prazer e a magia de esbarrar em algo que é muito real na sua mente, mas que parecia não existir de verdade é como sonhar com algo muito bom, acordar, e ver que o sonho era realidade.

Fico tentando entender o que faz de Nova York uma cidade tão importante pra mim, mas de alguma forma sinto que tenho que ir lá pra descobrir.


domingo, 15 de abril de 2012
There you see her
Sitting there across the way
She don't got a lot to say
But there's
Something about her

And you don't know why
But you're dying to try
You wanna kiss the girl

Yes, you want her
Look at her
You know you do
It's possible
She wants you too
There's one way to ask her

It don't take a word
Not a single word
Go on and kiss the girl

Sha la la la la
My oh my
Look at the boy, too shy
Ain't gonna kiss the girl

Sha la la la la
Ain't it sad
it's such a shame
Too bad
You're gonna miss the girl
Go on and kiss the girl
(Kiss the girl)

Nows your moment
Floating in a blue lagoon
Boy, you better do it soon
No time will be better

She won't say a word
And she won't say a word
Until you kiss the girl

Sha la la la la
My oh my
Look at the boy, too shy
Ain't gonna kiss the girl

Sha la la la la
Ain't that sad
it's such a shame
Too bad
You're gonna miss the girl

Sha la la la la
Don't be scared
You got the mood prepared
Go on and kiss the girl

Sha la la la la
Don't stop now
Don't try to hide it how
You wanna kiss the girl

Sha la la la la
Float along, listen to the song
The song says kiss the girl

Sha la la la la
Music play, do what the music say
You want to kiss the girl

You've got to kiss the girl
Why don't kiss the girl ?
You've got to kiss the girl
Kiss the girl, kiss the girl

You've got to kiss the girl
You've got to kiss the girl
Whoa, kiss the girl, kiss the girl
sexta-feira, 16 de março de 2012

To the person I miss the most,


Eu não gosto de chorar. Acho desnecessário. E idiota. A maior das idiotices do mundo. É salgado e molhado, e o seu rosto dói. É terrível a sensação de descontrole. E os soluços involuntários.

Mais idiota ainda é chorar pelo que não se pode resolver, ou chorar por quem eu sei que não pode me ouvir. Chorar no escuro, até dormir de pura exaustão.

Chorar de saudade de algo... algo que eu nunca conheci, algo que eu nunca tive. Saudade de uma outra vida, um universo paralelo em que você estivesse viva. Em que eu não tivesse essa culpa consumindo minha energia, e explodindo pra fora dos meus olhos em foma de lágrimas.

(Os seus diários estão do outro lado da cama, escondidos pelo travesseiro. Simplesmente não consigo encará-los de novo, nem tocá-los. Quero que você fique guardada pra sempre dentro de mim, e essa memória é como aqueles sonhos que quanto mais você tenta alcançar, mais você esquece.)

E eu sou idiota. E sinto saudade. E choro.

Queria...

Queria o seu colo, mãe.

Queria saber como ele é.

Natsuki.
segunda-feira, 26 de setembro de 2011

love will conquer all

Não fica triste.

Eu não tenho nenhuma palavra de consolo. Não tenho um novo ponto de vista para dar. Não sei fazer piadinhas pra te animar. Não sei o que dizer.

Mas não fica triste.

Eu sei que é difícil, e eu sei que é revoltante, e eu sei que você deve estar pensando "por que eu?", ou algo assim. Eu sei que deve doer, ou cutucar uma dorzinha que você tinha escondido debaixo do tapete. Mas você sabe que dói em mim também. Dói em nós todos.

E eu sei que não adianta, que não resolve o seu problema, que não compensa sua tristeza, mas eu te amo, e não quero te ver tristinha. Eu te amo, e quero que você continue confiando na vida.

Então, não fica triste. Por mais que eu saiba que é impossível.

Não fica.
domingo, 28 de agosto de 2011

Só pra constar

que tirar a barba é uma merda.
quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Francisco José do Nascimento

Tava tudo deserto. Os dedos se arrastando pela parede pichada, a boca assobiando um rock qualquer de uma época qualquer em que ele nem era nascido. Os passos imitando o compasso. Caio não tinha fones de ouvido — mesmo que ele fosse o típico adolescente que se esperava que andasse usando fones de ouvido.


Caio não tinha fones de ouvido, nem levava celular no bolso. Conhecia a área, e reconhecia os assaltantes passando de bicicleta, procurando um desavisado. Mas Caio não seria um desses.


Assobio assobio assobio


Ele admirava as construções. O teto alto, em forma de semicírculo. A entrada estreita de cada um, e o comprimento entrando quarteirão a dentro. Ele podia ver, sentir o cheiro do suor dos trabalhadores antigos, que deviam estar todos presos em suas cadeiras de balanço. Se soubessem eles que os depósitos virariam boates e bares...


Caio via os homens andando de um lado a outro, com camisetas cheias de fuligem e sujeira, e o suor escorrendo pela testa. A música de rock tocando, só que agora era mais que um assobio. Era como se banda tivesse sido assunta ao céu, e as nuvens fossem caixas de som gigantes.


As grandes sacas eram pegas na batida do baixo, e levadas nos solos de guitarra.


Ele ergueu a cabeça de seu devaneio e sorriu ao perceber que havia chegado. As muitas mesas de plástico, com as cadeiras em cima. A fachada dos restaurantes com aquele estilo antigo-mas-não-sei-precisar-de-que-ano.


Patativa do Assaré estendia sua mão enrugada para alguém invisível.
quarta-feira, 4 de maio de 2011

cofcdnfhnudhfjdhfhdsfsafldsjh

Já tentei construir várias coisas com letras e palavras pra colocar aqui, mas não consegui. Não sei se eu tô pedindo de mais... Um post no blog, é só isso. Só isso.

Eu quero simplesmente bater em teclas aleatórias do teclado e fazer vocês entenderem mesmo assim. Eu quero tirar fotos e postar aqui MAS CADÊ A CÂMERA?

Eu queria que isso aqui fosse meio como telepatia.

E, olha, não era pedir de mais. Eu consegui fazer um post no blog, foi só começar. Tô até com pena de parar de digitar aqui e não conseguir nunca mais.

Droga.
terça-feira, 5 de abril de 2011

Amor (do Formspring)

Acho que não sou a pessoa adequada pra fazer isso. Dizem as más e as boas línguas que eu nunca tive a oportunidade de me apaixonar, que eu tenho coração de gelo, e essas coisas todas.

Mas eu digo, once and for all, eu acredito que eu já me apaixonei sim, e quem melhor que eu pra saber se aconteceu mesmo? Se não quiser acreditar, beleza.

Agora, sobre amor, em geral. Pra mim, amor romântico é um dos mais desimportantes, assim. Não tô menosprezando o sentimento de ninguém, nem dizendo que o amor romântico é menos amor que os outros, mas eu só acho que os outros amores têm (ou pelo menos deveriam ter) mais importância na sua vida. E influência nas suas decisões. Escolhas do tipo... sua mãe ou seu namorado? ou sua melhor amiga ou sua namorada? me parecem meio ridículas, tanto pela comparação em si, quanto pela resposta (PRA MIM, em letras garrafais) meio óbvia.

Certo.

Amor Romântico.

Todo amor é clichê, gente. Literariamente, então... casal que se ama desde o princípio --> clichê. Casal que se odeia e depois fica junto --> clichê. Ah, me poupem. Mas enfim. Quando você está apaixonado (ou pelo menos ~enamorado~ q), tudo que você quer é fazer as coisas mais clichês possíveis com a pessoa, a começar pela grande sacada dos Beatles e tal (beijos pra quem leu Nick&Norah).

I Wanna Hold Your Hand.

Principalmente quando você _não pode_ hold hands (não vou entrar em detalhes, haha), tudo o que você mais quer é fazer isso, e é uma vontade meio absurda e bleh, mas, porra, o amor embaralha suas funções normais. É toda a verdade. Aquela história de que o amor te deixa idiota. Best definição ever.

Aí vem a parte mais CONSTRANGEDORA de toda a história que envolve ~~~~~~~~músicas que te lembram a pessoa~~~~~~~~ e mensagens nojentinhas pelo celular e... É, céticos, been there, apesar do meu coração de gelo e talz.

Não que eu propriamente me arrependa de tudo isso, ou algo assim, apesar de ter vergonha infinita. São lembranças boas.

Então, assim, se você é uma pessoa normal, e não tipo a Bella-vou-me-jogar-do-penhasco-para-ouvir-sua-voz, amor é bom. Deve ser horrível não ser correspondido, mas mesmo assim a sensação de se sentir apaixonado deve ser algo perto de bom. Eu acho, né, me digam aí. Sentir que seu coração existe.

Porque, tipo, em todos os meus outros longos momentos de hiatus amoroso, às vezes a sensação que tinha e tenho é de que o meu coração se perdeu em algum lugar, haha. É meio difícil até de lembrar a sensação, lembrar como era... Acho que se eu tivesse me apaixonado mais vezes eu saberia.
segunda-feira, 4 de abril de 2011

Do porquê de gostar de chuva

Acho que a gente gosta um pouco de tudo que é raro. A chuva não pede pra chegar. A chuva não avisa antes (mesmo os céus mais cinzentos podem ser enganadores — o que vale também para os azuis), ela simplesmente faz barulho ou (e) cheiro de chuva.

Do mesmo jeito que eu adoro reclamar de sol, eu adoro falar de chuva. Adoro puxar o ar com força, adoro bagunçar o cabelo e sentir os fios molhados entre os dedos, adoro girar segurando num poste e cantar Singing in the Rain, sem me importar de já ter feito isso mil vezes.

Sempre me parece a primeira. Toda vez que chove parece que é a primeira.

Os trovões parecem a chuva dizendo tenham medo de mim, eu sou grande, eu sou forte. Mas eu não acredito nela. Eu sei que ela só precisa de muito amor e coisas clichês assim. A chuva é uma desiludida, que fica se autoafirmando, inflando o peito para parecer maior. Matando pessoas por aí...

A chuva, por aqui, às vezes só aparece pra fazer a gente lembrar que ela existe. Só pra fazer a gente sorrir, falar alguma coisa, reclamar. Ela é meio attention whore, mas ninguém liga, assim, de verdade.


A chuva parou, e eu parei também.
 

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