segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Gente

Eu tô morrendo de saudade da Lady Murder. A Morg me chamou pra ir pra Livraria Cultura amanhã. É bom que ela vá, humpft.

É. Só isso.

Parei com os microposts.
sábado, 18 de dezembro de 2010
Obrigado, Morg, pelo incentivo e pela força.

Haha -qqq
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Expressão

Eu tava com tanta vontade expressar minha opinião sobre alguma coisa. Qualquer coisa que fosse. Eu acho que eu nunca tinha sentido tão forte essa necessidade de colocar o que eu penso "no papel".

Aí eu postei no Blasé e eu me sinto TÃO aliviado. E, sei lá, orgulhoso do que eu escrevi. É uma sensação meio estranha. É um vazio bom. Porque tinha uma coisa me incomodando no peito, aí eu escrevi e postei e... A coisa me incomodando desaparece. E é uma sensação legal.

O ruim é que mesmo com quase ninguém lendo o blog, eu fico todo nervoso antes de postar. Relendo mil vezes. Argh, odeio minha insegurança em relação a essas coisas.

Mas eu estou feliz, no geral. Também porque eu vou comprar todos os livros de Senhor dos Anéis e tal...

É. Estou em paz com o mundo.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Oh, darling

Ele acorda bem cedo pra trabalhar e ela está ali, com os olhos voltados para o teto.

Ela não acorda. Ela não estava dormindo.

Um beijinho na testa, pra suavizar a manhã. Um "bom dia, amor" e logo depois um "bom trabalho".

Quando ele já está fechando a porta do quarto "você vem almoçar?"

"Talvez."

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Ela talvez se levante dali a alguns minutos. A incontinência urinária não a deixa ficar deitada quieta por muito tempo.

Seu coração bate forte. Um chute. Uma lágrima imaginária percorre seu rosto. Não é a primeira vez que ele chuta. Não é a primeira vez que ele diz estou aqui, mas ela chora dentro do seu coração.

Passando por cima das pernas inchadas e das escadas impertinentes ela chega ao andar de baixo e à comida. Suas línguas devoram o café-da-manhã como quem sempre quer mais, um sorriso sempre na boca. Ela costumava ser tão leve, calma, branda, branca — com comida ela era demônio faminto. Demônio de sorrisinho de orelha a orelha, entende?

Aí ela escova os dentes e o fogo vai embora. Ela pensa em seu marido, ela pensa nele indo embora, mesmo que seja só por umas horas. Em algum lugar da sua cabeça ela pensa que seu bebê não pode ir embora, pelo menos não dentro de uns bons meses.

Ele é seu. Ela o envolve com os braços.

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Quando ela vê, já está na hora do almoço e ela lambe os lábios com uma delicadeza vampiresca.

Antes e depois.

Aí ela vai trabalhar.

Mas só até janeiro, ela diz aos clientes, em janeiro eu não sei como vai ficar a minha vida.

Ela ouve, ouve, ouve e fala um pouco. Só um pouco. Ela sorri. Sim. Aquele sorriso compreensivo. Ela sorri e passa a mão pela barriga, como se para que ele ouvisse também.

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(E foi assim que eu a conheci. Ela me ouve.)

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E, BAM, já é noite, e ela só quer saber de sua cama e de tirar os sapatos muito, muito apertados.

Ele ainda não voltou.

Ela desliga as luzes, põe o ar-condicionado em uma temperatura amena, desliga a televisão e fecha os olhos.

Não dorme.

Não acorda.

O marido a beija na testa mais uma vez, sem saber que aquele seria um dia especial. Ela não sabe também — talvez sinta, talvez sinta o coraçãozinho em sua barriga dizendo que quer sair — então ela só diz bom dia amor e bom trabalho e você vem almoçar? sem saber que ela nem mesmo iria almoçar.

No fim daquele mesmo dia ela teria a recompensa em seus braços, a recompensa pelas noites não dormidas, pela bexiga espremida, pelos pés estufados nas sandálias.

E no fim daquele mesmo ano ela o teria olhando para ela do berço e o marido nem acordou ainda.

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Bom dia, amor, ela diz, e não deseja um bom trabalho. Ela não pergunta também se ele vem almoçar porque, por enquanto — pelo menos por enquanto —, ele ainda era todinho dela.

Levantou-se, foi pé ante pé até o berço e o abraçou como fazia com a sua barriga. Ela sentiu o coraçãozinho batendo e as pernas sacudindo, querendo chegar ao chão.

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