Eu não gosto de chorar. Acho desnecessário. E idiota. A maior das idiotices do mundo. É salgado e molhado, e o seu rosto dói. É terrível a sensação de descontrole. E os soluços involuntários.
Mais idiota ainda é chorar pelo que não se pode resolver, ou chorar por quem eu sei que não pode me ouvir. Chorar no escuro, até dormir de pura exaustão.
Chorar de saudade de algo... algo que eu nunca conheci, algo que eu nunca tive. Saudade de uma outra vida, um universo paralelo em que você estivesse viva. Em que eu não tivesse essa culpa consumindo minha energia, e explodindo pra fora dos meus olhos em foma de lágrimas.
(Os seus diários estão do outro lado da cama, escondidos pelo travesseiro. Simplesmente não consigo encará-los de novo, nem tocá-los. Quero que você fique guardada pra sempre dentro de mim, e essa memória é como aqueles sonhos que quanto mais você tenta alcançar, mais você esquece.)
E eu sou idiota. E sinto saudade. E choro.
Queria...
Queria o seu colo, mãe.
Queria saber como ele é.
Natsuki.