quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Proparoxítona

Ninguém olhava. Ninguém via.

As duas estavam livres na madrugada.

Andavam de mãos dadas como nunca faziam. Beijavam-se embaixo da árvore. Deslizavam os dedos pelos cabelos uma da outra.

Ana estendia seu olhar tímido em direção à outra, que usava seu toque sólido no rosto pálida da primeira. O vento soprava, cândido, em seu cabelo róseo e curto.

Ela sorria, seus lábios tentadoramente brilhantes.

O movimento foi rápido. Os cabelos voaram chicoteando o rosto de Sofia enquanto ela levantava-se de um salto, puxando Ana.

Colocou firmemente a mão dela em seu ombro, e a sua na cintura dela. Modulou a voz, como fazia sempre, e entoou uma música tranquila.

Conduziu a dança. Rodopiou, aspirando a madrugada.

Seu canto era sônico.

A dança era trôpega.

Na boca, música (e beijo).

No coração, o ritmo (e o desejo).

(E) o amor.

Romântico.

(Texto para o desafio dos 3Ts, explorando o tema "Valsa na madrugada".)

1 comentários:

João "Johnny" Roberto disse...

eu passei aqui, li e comentei, oka?
XD

 

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