O braço dele passa pela cintura dela com graça. Ele é elegante. Nossa — a garota ri, as bochechas vermelhas. Ela não sabe o que dizer. Ela pensa que tem que falar, tem que falar, mas simplesmente não consegue pensar em nada interessante suficiente para que o garoto queira saber. Não consegue. Ela é burra? Não. Ela só não conhece o rapaz direito. Ele, também, não fala muito, aliás. Seu semblante é sério, combinando com seus negros olhos castanhos e seus na-altura-no-ombro cabelos pretos.
Pretos como café.
As bochechas da garota continuam vermelhas porque ela não sabe — apesar de ser óbvio — que ele está tão envergonhado quanto ela. O garoto não sabe se a sua pulseira a está arranhando, não sabe se a sua mão deveria mesmo estar ali, não sabe se deve oferecer sua jaqueta de couro para protegê-la do frio, não sabe se deve falar sobre o céu cheio, cheio, cheio de nuvens muito cinzas — mal sabe o nome da garota, todos a chamam de Cá. O garoto está tão inseguro quanto a garota, mas pelo menos ele sabe que o destino está próximo.
The Pub. O lugar perfeito. O lugar feito para ele. O lugar que ele esperava que ela gostasse também.
Nossa, para onde será que estamos indo — se pergunta a garota, e ela mal sabe que está olhando para o local, bem ali, na esquina, com letras grandes e brilhantes. Ela passa a mão de dedos longos pelo cabelo loiro e depois ajeita a calça.
Minha Nossa, quantas preocupações. Tantas sinapses, sinapses, para que tantas sinapses, meu Deus? Para que, se depois das portas do Pub tudo é barulho e felicidade e tudo acelera e a roupa não é mais importante, onde está sua mão não é mais importante, tudo, todos são um com a música.
Para que tantas sinapses, se os dois pulariam e gritariam a música juntos, os dois amam, um ao outro e à música, e quando ela diz que está tarde ele a puxa e grita "STAY, IF YOU WANNA LOVE ME STAY" e ela mal sabe o que significa mas simplesmente sorri e preenche a boca e a vida dele.
E todos olham a cena. O guitarrista desliza os dedos pelo instrumento.
It's indie rock and roll for me...
segunda-feira, 24 de maio de 2010
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