segunda-feira, 17 de maio de 2010

Supernova

Estela tinha seu brilho. Estela é moça nova, cabelos de ouro e olhos de ouro. Olhos de ouro, olhos brilhantes, olhos reflexivos. Olhos de Estela. Estela tinha seus dedos de pianista, aqueles que deslizam pelos ombros retirando a alça do vestido e então a pele brilha tanto quanto os olhos. Pele, dedos, os meus e a dela, a minha e os dela. Estela, ah, Estela. Seus pés eram tão bonitos. Pés de tamanho-Cinderela e liso e branco e — eu já disse bonito? Seus lábios eram lilases como o céu no dia em que eu a vi pela primeira vez e seus dentes brancos como as nuvenzinhas em forma de hipopótamo. Sua alma é tão delicada quanto seus pés. Sua alma é cheia de detalhezinhos, como impressões digitais serpenteando em círculos e elipses, mares e rios de sentimentos e pensamentos profundos. Suas ideias são ouro como os cabelos, suas convicções fortes, mas suaves. Quer dizer. Eram. Eram. Estela.

De Estela, só sobrou o brilho azul. É agora Estela-supernova.





















Estelas sempre morrem um dia.

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