Caroline era daquelas garotas capazes de assanhar o cabelo sem que ele parecesse assanhado de propósito e de ter o cabelo loiro sem parecer fútil. Caroline era menina de ouro. Caroline andava e o mundo a olhava. Os olhos de mel, os olhos dourados, claros, gentis; a roupa podia ser a primeira que ela encontrou no guarda-roupa, mas lhe cabia majestosamente bem. Aquele caminhar decidido, mas sem parecer não se importar com ninguém. Aquele olhar penetrante, mas desatento. Caronile deslizava pelos corredores de lojas e mais lojas. O caminho se abria. Caroline era aquela mulher perfeita, e não perfeitinha, não debochado, não exagerado. Ela era daquelas que te dá um infarto ao olhar bem fundo nos olhos de mel, nos olhos dourados, claros, gentis, penetrantes, mas desatentos. Você não lembra do corpo; não, não lembra, nem de nenhum detalhe, nenhuma feição específica. Você não lembra se os olhos eram repuxados ou grandes e brilhantes, você não sabe se ela era gostosa ou não. Caroline é daquelas senhoritas que é como que uma entidade. Caroline é só a sensação de Caroline. Os olhos é só a sensação dos olhos e o cabelo loiro-assanhado é só sensação de loiro-assanhado. Você não lembra porque não há do que lembrar. O que você contar sobre Caroline além de sensação, é mentira deslavada.
(baseado em fatos reais)
4 comentários:
UAU!
isso que eu chamo de pronta para apaixonar, assim eu fiquei querendo uma Caroline.
UP!
Só eu percebi um ritmo no texto? Devia fazer uma música, sério, ficaria muito legal!
Amei. s2
É, daria uma boa música... (8)lara-lara-lalalara(8)
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