sexta-feira, 14 de maio de 2010

A geração tolerância

E eu me surpreendi com a Veja. Vendo a capa da última edição, eu fiquei todo cheio de preconceito que ia ser uma reportagem tensa e estranha e nada a ver com a realidade.

Porém, eu li e... Nossa. Que reportagem legal. Será que os assinantes da Veja lerão a matéria? Será que alguém vai ter a coragem de chegar numa banca, pegar a revista e folheá-la?

Mas a intenção foi ótima. Mostrar a "realidade" gay de hoje em dia, esquecendo todo o papo antigo e já saturado. A reportagem poderia ter sido um pouco mais realista, mas ela é extremamente boa para prever um futuro próximo.

O ponto principal da reportagem são os adolescentes, e a aceitação da homossexualidade por essa faixa etária. São eles que trazem a mudança. É o pensamento da nova geração que leva ao avanço.

Sempre houve esse contraste de ideias na minha cabeça. Em um lado a aceitação absurda de vários usuários da internet e do meu círculo de amizades e em outro a homofobia e o preconceito dos adultos parecendo completamente normal.

Ao mesmo tempo que vejo uma senhora na fila do dentista falando que o Big Brother é coisa do demônio porque tem gay, lésbica, tudo no mundo, eu vejo um pseudo amigo meu beijando um amigo meu na frente de um monte de gente.

Talvez, se você pensar exponencialmente, o mundo no futuro vai ser melhor em relação a esse aspecto. Existe um número cada vez maior de jovens (um número ainda pequeno comparado com todo o resto, mas crescente) que aceita a homossexualidade como uma coisa normal. Como uma outra característica qualquer do ser humano.

Assim, quem sabe, daqui a umas duas ou três gerações, vai poder haver esse diálogo em qualquer família:

"Mãe, eu fiquei com o Pedro na festa. Lembra do Pedro?"

"Não, filho, ele é bonito?"

"Aham."

"Mas foi só fica ou..."

"...Ou?"

"...você está gostando dele?"

"Não sei, mãe. É uma coisa complexa"

E imagino também os pais discutindo sobre como era grave e estranho ser gay ou bi "antigamente" e gargalhando, como se estivessem falando que brincavam com Beyblades quando eram crianças.

Quem sabe... A reportagem sobre ser jovem e gay pode até ser um pouco utópica, mas, talvez como o índio que mirava na lua, é visando a utopia que acertaremos o mais longe possível.

2 comentários:

ChuckL disse...

Tudo é utópico até que aconteça. Ou até que alguém mexa seu traseiro e faça acontecer.

Sei lá, eu também tenho a esperança de um futuro assim, mas eu acho que só vai acontecer com os nossos netos. Queria poder "curtir" essa fase da humanidade, mas duvido que eu possa.

Só mais uma pergunta: você tem essa conversa com tua mãe quando é com garotas? Sério mesmo?

João "Johnny" Roberto disse...

O engraçado é que eu estava comentando a capa da Veja com o Nícolas uns minutos atrás, quando eu fiz ele ler um post da Nanase Kei sobre homofobia... Talvez, as coisas melhorem, talvez as pessoas percebam que é ruim - péssimo! - olhar com cara feia com pessoas do mesmo sexo se beijando ou mesmo porque ela é de uma cor/religião/círculo filosofo-cultural-social do seu... quem sabe, né?

 

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